Anos 50 e 60. Todo trabalhador tinha a sua. Para tirar a Carteira de Trabalho era preciso, antes, obter a Carteira de Saúde. E para isso era necessário um "raio X do tórax"(a nossa antiga conhecida "chapa do pulmão") com o diagnóstico médico de inexistência de tuberculose.
A esse exame radiográfico dos pulmões deu-se, aqui no Brasil, o nome de "ABREUGRAFIA". Foi uma homenagem ao seu inventor, o médico brasileiro Manoel Dias de Abreu (que morreu em 1962, aos 70 anos, ironicamente de câncer de pulmão).
Esse método, criado em 1936, revolucionou o diagnóstico em massa da tuberculose e, por isso, ganhou o mundo.
Pela sua invenção e estudos sobre a detecção e tratamento da doença foi indicado ao Prêmio Nobel em 1950.
No Brasil a obrigatoriedade da chapa de pulmão no âmbito trabalhista foi estabelecida na década de 40. O rastreamento massivo de pessoas contaminadas (antes mesmo de aparecerem sinais) era uma forma rápida, eficiente e barata de combate à doença que grassava pelo país nos anos 30/40 (principalmente na cidade do R. de Janeiro).
Nos anos 90 o Governo Federal acabou com a exigibilidade da abreugrafia nos exames médicos obrigatórios para o acompanhamento da saúde do trabalhador (em S.Paulo isso ocorreu nos anos 80). Razão: a doença não mais apresentava a letalidade de antes (pela eficácia dos novos tratamentos) e o surgimento de outras técnicas de diagnóstico.
Houve época em que a emissão da Carteira de Saúde exigia, também, a vacinação contra a varíola.
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