Muitos guardam ou já guardaram (de modo organizado ou não) coisas de uma mesma espécie, como hobby ou profissionalmente. Isso é colecionismo. Quem nunca colecionou algo na infância/adolescência? Nos anos 50 a garotada fazia muito disso, sem grandes pretenções e com coisas baratinhas ou que nada custavam (pois a "verba" era curta).
Era mais um juntamento de "trecos" do que uma coleção. Mas como divertia e ajudava a passar o tempo!
Não se exigia muito. Era só escolher o "tema" e começar a procurar. Qualquer coisa podia ser objeto de "armazenamento" (às vezes em lugares "secretos" do quarto ): figurinhas que vinham em bala, tampinhas de garrafa, brinquedinhos de brinde, fotos de artista do cinema americano, caixas de fósforo, chaveiros, rótulos de bebida, insetos mortos(?) e ...maços de cigarro! (os adultos chamavam tudo isso,"carinhosamente", de bagulho).
As carteiras de cigarro (como alguns chamavam) exerciam um fascínio muito grande na criançada. Não custavam nada, geralmente bem coloridas, fácil de encontrar e com uma profusão de marcas. Achar de uma marca estrangeira era o máximo!
Ninguém vivia revirando lixo à procura desses "tesouros". Eram achados jogados na rua e na calçada (atualmente os "sugismundos" tomaram jeito, um pouco). Essa procura na rua por maço de cigarro, hoje, seria inimaginável. Seria reprimida e abortada pelos pais. Naquela época, não. Era uma coisa muito natural. O cigarro estava presente no dia-a-dia das pessoas. Fumava-se em tudo quanto era lugar e ocasião, inclusive dentro de casa (brincando com os filhos, recebendo visitas, nas refeições, etc).
Mas, certamente, nenhum desses "colecionadores" mirins virou fumante quando adulto por guardar maços vazios!
Algumas marcas que existiam: Continental, Marusca, Finesse, Luiz XV, Colúmbia, Macedônia, Mistura Fina, Pullman, Lincoln.
Com os maços repetidos eram feitas "cordas" ou "correntes", usadas em alguma brincadeira inventada para isso (a imaginação era fértil).