Até parte dos anos 60 decorar tabuada, principalmente a "de vezes" (como a criançada do Grupo Escolar chamava a multiplicação), era ponto de honra. Não só os professores, mas também os pais, cobravam a tabuada na "ponta da língua".
Antes dessa década terminar já apareciam as primeiras manifestações de mestres, pedagogos e outros estudiosos da Educação contra esse processo de memorização. Com o passar dos anos esse pensamento foi ganhando consistência e adeptos, fazendo com que levar o aluno a saber a tabuada "de cor" (a "abominável decoreba") fosse considerada uma prática antiquada e uma violência a serem abolidas.
Os seguidores das novas tendências pregavam que a tabuada não deveria ser decorada, mas sim, compreendida.
Até hoje isso é discutido. Para aqueles da escola "antiga" (minoria) a decoreba, pura e simples, é necessária. O que importa é o aluno saber, de imediato, o resultado da operação. Nada há para usar o raciocínio.
Já os da tendência moderna acham que o aluno deve entender o mecanismo da tabuada. O raciocínio o levará ao resultado, quando precisar resolver uma operação matemática.
A conclusão para isso tudo parece óbvia: é necessário que se compreenda o mecanismo da tabuada. Mas é imperioso que ela seja, também, memorizada. Que se saiba, de pronto, o resultado de uma multiplicação (principalmente) para um avanço rápido na solução do problema apresentado. Nem sempre se tem uma calculadora à mão.
Portanto, voltemos ao saudável hábito de "tomar a tabuada" da criançada (como se fazia antigamente).