quarta-feira, 30 de outubro de 2013

FATOS - Diversos: O IMBRÓGLIO DO PORTA-AVIÕES "MINAS GERAIS"


Nos primeiros anos da década de 60 uma inusitada crise se instalou nas altas esferas das Forças Armadas brasileiras.
Juscelino Kubitschek era o presidente da república e os protagonistas dessa incrível trapalhada (num arroubo de "ciumeira"?) , as nossas MARINHA  e AERONÁUTICA.
Talvez por falta de inimigos externos com que se preocupar, elas resolveram iniciar uma "escaramuça" entre si (que acabou extravasando os gabinetes e estava levando a um grave impasse institucional).
E tudo por causa de uma "belonave"! O "MINAS GERAIS". Vamos aos fatos:






Em dezembro de 1956 Juscelino resolveu fazer um agrado às duas forças, que não "simpatizavam" muito com ele e viviam pedindo a aquisição de um NAVIO PORTA-AVIÕES.
Comprou, então, da Inglaterra um Navio Aeródromo Ligeiro de segunda mão (que havia participado da 2ª Guerra Mundial) denominado "HMS Vengeance", rebatizado para "Minas Gerais". Sete meses depois (1957) nosso gigante saiu daquele país rumo a um estaleiro na Holanda, onde passaria por um grande processo de modernização.


EI-LO SENDO MODERNIZADO



Em 17 da janeiro de 1961, terminada a transformação (e já devidamente incorporado à Armada Brasileira) deixou o estaleiro com destino ao Rio de Janeiro, onde chegou nos primeiros dias de fevereiro.


CHEGADA TRIUNFAL!



Pronto! Estava apto a defender nosso extenso litoral. Mas, antes que aqui chegasse, era preciso estar resolvida uma "pendenga" que já vinha se arrastando desde um ano antes e que agora assumia proporções inquietantes, afetando a tão necessária harmonia entre os militares:

Tanto a Marinha como a Aeronáutica mostravam-se irredutíveis na intenção de ter para si o  COMANDO DA TRIPULAÇÃO DOS AVIÕES EMBARCADOS.






Como não chegavam a um acordo e com o ambiente se deteriorando cada vez mais, o "comandante supremo das Forças Armadas" teve se intervir. E Juscelino resolveu empurrar o problema para frente: durante um ano os aviões seriam tripulados por aviadores da FAB, que estariam subordinados ao comando da Marinha! 
Contava ele com o fator tempo para acalmar os ânimos acirrados (e, certamente, porque essa "bomba" estouraria nas mãos de Jânio Quadros, o presidente eleito que logo tomaria posse).
Essa decisão "salomônica" perdurou até 1965, já no governo militar, quando o presidente Castelo Branco (através de decreto) garantiu à Aeronáutica o comando de aeronaves embarcadas e de suas tripulações, proibindo a Marinha de ter aviões militares sob seu controle.





Notas:
1) Em 2001 o "Minas Gerais" deixou o serviço ativo. No ano seguinte foi vendido em leilão (como sucata) a um estaleiro chinês. Acabou sendo desmanchado na Índia.

2) Na época, essa surreal situação levou o eterno "gozador" JUCA CHAVES a gravar uma musiquinha. Fez sucesso! Ouça-a e reviva o "clima":

"BRASIL JÁ VAI À GUERRA" (1960/1961)


Mais acontecimentos dos "Anos Dourados" AQUI  e  AQUI

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